Este envelope guarda um segredo: foi nesse dia que eu comecei a escrever a Teoria do Acaso, onde começo analisando as circunstâncias que levaram meu pai a casar-me com minha mãe, as circunstâncias, as razões, os motivos, os fatos que aconteceram no dia do casamento, todos encadeados numa tempestuosa sucessão de acasos. Os mesmos acasos que me levaram a ser o que sou, a viver onde vivo, a fazer que faço, a amar quem eu amo. Não creio em destino. Aliás, se minha Vó Vitalina não tivesse saltado profundo nos braços do meu louco bisavô, eu certamente nem teria nascido — e você não estaria aqui, agora, lendo estas coisas que escrevo.