Temos que ler os sinais que a vida nos dá — e entendê-los.
Quando eu era pequeno brincávamos de ver nuvens de sorvete no céu do Paraná. Meus amiguinhos só viam bois, cavalos, carroças, coelhos, cabritos, mangueiras, copos de leite. Mas eu — nas mesmas nuvens — eu via elefantes enfeitados com safiras dançando sobre tamboretes de ouro em picadeiro de circo; via tigres de Bengala olhando de soslaio; via Napoleão Bonaparte empunhando sabres num cavalo branco enluarado; via uma mulher descalça, vestidinho de chita, belíssima, carregando um pote de água pura na cabeça; via um miúra com quatro banderillas espetadas no lombo ensangüentado; via a Vênus de Milo, nua, de ponta-cabeça; via Sócrates trepado discursando numa caixa de madeira no mercado de Atenas.
Eu via coisas que os outros não viam...
Até hoje eu olho ainda para o céu e vejo coisas que os outros não veem. Tão lindas, encantadas — maravilhas que nem conto!
Vocês não iriam mesmo acreditar.
Quando eu era pequeno brincávamos de ver nuvens de sorvete no céu do Paraná. Meus amiguinhos só viam bois, cavalos, carroças, coelhos, cabritos, mangueiras, copos de leite. Mas eu — nas mesmas nuvens — eu via elefantes enfeitados com safiras dançando sobre tamboretes de ouro em picadeiro de circo; via tigres de Bengala olhando de soslaio; via Napoleão Bonaparte empunhando sabres num cavalo branco enluarado; via uma mulher descalça, vestidinho de chita, belíssima, carregando um pote de água pura na cabeça; via um miúra com quatro banderillas espetadas no lombo ensangüentado; via a Vênus de Milo, nua, de ponta-cabeça; via Sócrates trepado discursando numa caixa de madeira no mercado de Atenas.
Eu via coisas que os outros não viam...
Até hoje eu olho ainda para o céu e vejo coisas que os outros não veem. Tão lindas, encantadas — maravilhas que nem conto!
Vocês não iriam mesmo acreditar.