10.1.10

as faces da lua

Acabo de ver a nova lua aqui no céu do Paraná. Envolta em nuvens, como que protegida por elas — ou aprisionada por elas, talvez. Entretanto, sabemos que a lua não precisa de proteção nem se deixa aprisionar. A lua é que nem o meu amor: livre, está muito acima das nuvens. As nuvens são todas passageiras — mas a lua permanece a mesma. Aliás, a lua também muda, mas não a sua essência. Ela gira sobre a Terra, numa dança espiralada, um frenesi a milhares de quilômetros por hora. Enquanto dança, ela nos permite que lhe vejamos outras faces suas, nuas. Tem a face que parece minguar, tem a face que parece crescer, tem a renovada e a completa. Mas tem outras, tantas, que sequer imaginamos.

Contudo, seguindo o que lhe disse Jesus Cristo certa noite lá no sul da Galiléia, quando lhe acariciamos a fase esquerda, ela nos mostra também a direita.

A lua sempre me fascina.
Quando olho pra ela, meu coração se ilumina.