Na primeira vez, ela me trancou, eu coloquei fogo nas plumas.
Eu tinha dois anos. Foi um ato inocente de pirotecnia.
Na segunda vez, ela me trancou, e eu coloquei fogo na tranca.
Eu tinha quatro anos. Foi um ato simbólico.
Na terceira vez, ela me trancou, e eu coloquei fogo na casa.
Eu tinha cinco anos. Foi um ato de rebeldia.
Demarquei meu território...
A partir de então, minha mãe nunca mais me trancou.
Passou a respeitar os meus direitos humanos.
E hoje, porque me ama, ela aplaude os meus vôos livres.