Ontem eu disse que toda viagem tem retorno, mas parece que não fui compreendido. Aliás, nem é mesmo pra ser: eu produzo metáforas — e quem produz metáforas não busca compreensão. Aquele Outro que viajava com os pássaros do céu e os lírios do campo também não era muito bem compreendido... Porque o "retorno" a que me refiro não é apenas geográfico: é o retorno em termos de investimento mesmo. É o lucro, o ganho, a vantagem — a experiência que uma viagem nos traz, mesmo que não haja o retorno físico para o lugar de onde se partiu. Até porque, nessa perspectiva, não há retorno efetivo jamais. Somos outros quando voltamos. Uma viagem nos transforma; às vezes para sempre — e de modo irreversível. Quem já fez o Caminho de Santiago sabe disso. Quem já saltou de pára-quedas ou desceu correnteza num barco a remos sabe disso. Quem corre riscos com certa frequência, quem ama a liberdade absoluta — quem ama a Vida — sabe do que estou falando. Os destemidos sabem disso. Sêneca já dizia que a sorte favorece os destemidos.
E quando falo de viagem me lembro de Jack Kerouac — On The Road. Me lembro das frases marcantes desse fantástico livro. Da música de Willie Nelson também.
Portanto, viaje!
Mas, antes, visite os três ou quatro links que eu sugiro acima.