Dizem que hoje é Dia dos Mortos. Meu pai é o primeiro que me ocorre. Morreu aos 49 anos — e só teve duas ou três amantes, além da minha mãe. Um desperdício, suponho. É que ele achava mais importante construir casas do que fazer amor. Causa mortis: pressa. Depois dele, mas de certa forma antes, lembro-me de minha vó Vitalina, que ensinou-me tantas coisas... Tem a Tia Ana Marques — muito citada no meu livro Solidão a Mil. Tem também o Tio Jora, que era um maluco amorosíssimo, e o Tio Isac, que gostava muito de acender as luzes. Um dia escreverei sobre esses dois. A propósito, há mais de vinte anos que não morre ninguém na minha família. Tomara que demore mais uns vinte, no mínimo!