12.11.09

awake2

Todas as noites, quando fecho meus olhos para dormir, Deus acende seus belos refletores de vertigem sobre mim. Então, meu cérebro se acomoda no travesseirinho de flores, e vejo no verso das pálpebras a última imagem do glorioso dia de aventuras que acabei de viver.

Fico pensando e acabo sonhando.

Mas sonho tão alto que o próprio barulho me acorda.


E todo dia eu me desperto perguntando se há no mundo coisa mais importante do que ser feliz. Sei que não há. Vejo as estrelinhas coladas no teto do meu quarto e repito essa oração como fosse reza. Então me espreguiço gaiarsa, felino, gostoso, sorrindo. Mas só me levanto depois que gargalho. Enquanto não acho motivos para gargalhar — também não os encontro para levantar. Eu me acordo já fazendo ginástica com o cérebro, pois não quero teias de aranha nos meus neurônios. Sinapses, só as brilhantes me excitam, e eu as potencializo com lógica e amor. Acordo e me levanto, deslumbrado e respirando, cheio portanto de luz — iluminado de novo... e de mim!

Meus dias começam assim.