17.4.09

cumplice

Se não rompermos os limites que alguns dizem existir, nunca atingiremos a felicidade. A felicidade está sempre além de algum limite imposto a nós — nunca antes dele. Acontece que no caminho da vida há circunstâncias que eu mesmo crio por ser livre, e outras que me caem na cabeça feito um manto espesso. Ao aceitá-las, as que crio e as que outros criam para mim — acabo tornando-me responsável por todas. Sou cúmplice do que me ocorre. Há uma vasta teia de relações que mantenho, milhões de papéis que assumo e desempenho — alguns agradáveis, outros não. Porém, quando, supondo-me livre, não reajo no sentido de escolher só as circunstâncias agradáveis, e continuo mantendo relações que me oprimem — sou o único responsável por isso.

Não será esse também o teu caso?

Temos que ler os sinais que a vida nos dá.

— E entendê-los.