3.12.08

Estou apaixonado pela liberdade

Marise adora fazer amor à tarde, no crepúsculo cor de abóbora da praia de Pitangueiras. Rose prefere os elevadores vazios nas madrugadas silenciosas. Janaína, lençóis negros de cetim enquanto ouvimos Jon Bon Jovi. Fabiane sempre fica nua quando descemos a Serra em noites de lua cheia. Daniela dança como ninguém. Luísa sempre chega de surpresa, com saias floridas e uma garrafa de vinho. Fátima tem o corpo mais perfeito que já vi na minha vida. Adriana conhece Paganini na ponta da língua, e me conta histórias de amor. Suzana sabe fazer pudim gelado — e adora o risco de saltar profundo. Joyce Ann tem a delicadeza de Vênus — e incentiva todas as minhas loucuras.

Elaine é aquela cujo nome é outro e mora aqui mesmo no meu prédio. R tem o erotismo inocente dos treze anos; S, a madura experiência deliciosa. Alessandra parece ter nascido na ilha de Lesbos: adora fazer amor a três. Ana é sensual até debaixo dágua, e vive me lendo Henry Miller. Andressa é a maior expressão de que a natureza pode ser perfeita, em todos os sentidos. Beatriz é a nova doce musa que agora já desponta, exuberante. Todas são bonitas e amáveis — e nenhuma delas me suprime a liberdade. Tem ainda Juliana, a filha belíssima da costureira que me tira medidas demoradas... E tem você, por todas as razões que nem preciso dizer. Ah, tem também Carol, aquela menina das meias brancas que a mamãe lava com sabonete Dove, e que estuda no colégio ali da esquina.

Continuando: tem Vera Lux, artista que me inspira com seus quadros e nudezes. Tem Rosângela com seus ursinhos e óleos de amêndoas; tem Silvana e nossos papos demorados à beira da paixão; tem Michelle com surpresas infindáveis; tem Denise e nossas tardes de domingo com torta holandesa; Fernanda e as conversas sobre Nietzsche e religião; tem Marina e suas mãos inesquecíveis. Etc.


É por isso que não posso escolher uma só.

Escolher uma delas — e desprezar todas as outras — seria uma ofensa às demais. Sufocar vários corações em nome apenas da moral tradicional é lamentável. Seria um absurdo. Um pecado. Uma traição à própria Vida. Uma ofensa desnecessária ao Amor e à Liberdade.

Como se vê, seria um mútuo desperdício imperdoável..