9.4.08

ataque cardiaco

Fico pensando.

Meu pai morreu de ataque cardíaco. Meu avô, meu bisavô, trisavô, tataravô, seu pai e o pai do pai dele — todos os meus antepassados morreram de ataque cardíaco. Meus tios e primos, da primeira, segunda e terceira geração. Meu irmão mais velho, gravemente ameaçado; e o menor, também. As irmãs, coitadas, quase todas embarcando... Até cunhado meu anda morrendo de ataque cardíaco ultimamente.

Portanto, tenho que romper com a tradição.

Mais uma vez!



Substitua a expressão "ataque cardíaco" por tédio — e você terá uma noção mais precisa do que pretendo dizer.



O tédio leva à apatia. A apatia leva ao desânimo. O desânimo leva à tristeza. A tristeza leva à melancolia. A melancolia leva à ansiedade. A ansiedade, se não tratada, leva à angústia. A angústia leva ao rancor. O rancor leva à raiva de si mesmo. E a raiva de si mesmo conduz à depressão. Nesse ponto, chega-se à conclusão de que é melhor matar-se do que viver a vida morta... Então cristaliza-se a somatização que já vinha sendo implementada. Juntam-se a isso, paulatinamente, os hábitos não saudáveis de viver (cigarro, álcool em excesso, gorduras, obesidade, sedentarismo, hipocondria, supressão da libido), e teremos o resultado esperado.

Fulminante.

Claro que isso é apenas uma esquematização hipotética, exemplificativa. Quem tiver hipótese mais adequada, ou mais criativa, ou mais bem humorada — favor sugeri-la..