14.3.08

Duas ou três coisas que eu sei sobre ela.
Eu já vi esse filme antes — você vai me dizer.
Eu também.

Mas, para mim, uma relação de amor vai bem enquanto só sei o nome dela. E o próprio nome é melhor até que seja criado na hora, apenas para que eu possa dizê-lo quando estiver sussurrando poesias de amor, beijando-lhe a orelha e lambendo-lhe o lóbulo. Porque, quando você passa a saber o sobrenome da paixão — a coisa já começa a complicar... O endereço dela, onde estuda ou trabalha, o telefone, a idade, o RG, nome do pai, da mãe, do namorado, cidade onde nasceu: — tudo isso só traz confusão. Tudo isso só complica a relação.

A menos que você tenha pretensões de um dia ser o biógrafo dela, nunca lhe pergunte o sobrenome. Apenas ame-a da maneira mais deliciosa que você for capaz. Do modo mais romântico possível. Do modo mais poético possível.

E basta.


Musa não tem sobrenome.