8.3.08

cotovias

Seis da madrugada, e vejo que Aurora está chegando, numa belíssima carruagem de fogo guiada por seu filho, o Grande Deus da Luz... E eu aqui, tomando um copo de leite, abraçado ao que resta de mim, pensando na Vida. E chego a uma doce conclusão:

Porque sempre fui fiel a Ela — Ela nunca me traiu. No fundo, penso que há uma certa reciprocidade entre o que sentimos pela Vida e o que Ela sente por nós. Se a deixamos livre, Ela também nos liberta. Se a prendemos, Ela nos põe entre ferros. Se a desprezamos, Ela nos massacra.

Por isso temos que amá-la desesperadamente.

Com exclusividade!


Acho que esse pode ser o tema de hoje, no blog. Mas vou continuar tomando meu leite e ouvindo bem-te-vís, sabiás e cotovias... Embora saiba que muita gente não consegue ouvir o belo canto das cotovias. "Porque no Brasil não tem cotovia!" — dizem. Pois é: muitas pessoas não conseguem mesmo ouvir cotovias no lugar onde vivem. Para tanto, têm que ir à Europa. Mas, quando chegam là, se esquecem completamente das cotovias...


"Você não vai escrever sobre o Dia das Mulheres?" — me perguntam. Vou, é claro. Porém, antes, vou reler o meu poema azul — ali — e ver se mudo alguma coisa. Antes ainda, vou dar minha atenção e meu amor a Nightingale, essa small passerine bird que está cantando e dançando aqui ao meu lado.