Não penso que te possuo
nem quero te pertencer.
E porque somos livres,
transitória gostosura,
eu me entrego
como ponto de luz
nos teus olhos de mar
e um toque sutil
nessa pele de pêssego.
Eu te quero
como um risco delicado,
ameaça de vida,
um perigo iminente
— mas sem excesso de presença.
Desse modo,
nem meu mundo termina aqui,
nem você se tornará
prisioneira de mim.
Não importa se isso dure,
nem é preciso que se acabe;
não sei se será sempre tão bom
e nem busco certezas.
Mas,
como as delícias do agora
me encantam,
até posso dizer que...
já estou começando a te amar.