24.11.07

dor prazer

Há uma dor imaginária que pode às vezes doer mais do que a real. Pontadas dentro do peito nos machucam mais violentas que punhais furando a pele. E fere mais a dor que vem de dentro porque — exceto o amor-próprio — não tem remédio que a suprima. Chega mesmo a ser mortal, a desgraçada.


Já com o Prazer, as coisas eu acho que se invertem: o de fora quase sempre me parece mais glorioso e mais sublime. Me agrada mais quando eu o sinto profundo num toque de pele, aceso por fora, do que quando apenas imagino-o amarrado no meio de nós, por dentro de mim.