Cruciais, estes momentos deliciosos que hoje me atravessam e me descobrem no limite da coragem. Minha profissão sempre foi perigosa: sou amante do risco, do instável, do incerto e do inseguro. Entre um largo muro cinza de cimento e a corda bamba de seda colorida, opto por esta — em todos os sentidos.
Sou só um trapezista neste escandaloso Circo da Emoção e do Prazer.
Mas, como poeta romântico, filósofo da alegria e amante da liberdade absoluta, só posso mesmo ser assim. Porque não tenho razões para ser comedido, não preciso ser médio quando posso ser tudo — e nem quero ser outro além de mim.
Agora, o extremo é apenas o meu meio.
Não consigo viver em conta-gotas: eu só vivo aos borbotões.